segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Surrealismo - 6: Max Ernst


(Brühl, Alemanha, 2 de Abril de 1891 – Paris, França,1 de Abril de 1976)

Figura fundamental tanto no movimento dada como no surrealista, caracterizou-se por utilizar uma extraordinária diversidade de técnicas, estilos e materiais. Em toda a sua obra, procurou os meios ideais para expressar, em duas ou três dimensões, o mundo extra-dimensional dos sonhos e da imaginação.




SILUETA DE PAJA
A Max Ernst (Poema de André Breton)

Dadme unas joyas de ahogadas
Dos nidos
Una cola de caballo y una testa de maniquí
Perdonadme luego
No tengo tiempo para respirar
Soy un sortilegio
La construcción solar me ha retenido hasta aquí
Ahora ya no tengo más que dejarme matar
Pedid la tabla
De prisa el puño cerrado encima de mi cabeza que comienza a sonar
Un vaso donde se entreabre un ojo amarillo
El sentimiento también se abre
Mas las princesas se aferran al aire puro
Tengo necesidad de orgullo
Y de algunas gotas insípidas
Para recalentar la marmita de enmohecidas flores
Al pie de la escalera
Pensamiento divino en el cuadrado constelado de cielo azul
La expresión de las bañistas es la muerte del lobo
Tomadme por amiga
La amiga de los fuegos y de los hurones
Os mira profundamente
Alisad vuestras penas
Mi remo de palisandro hace cantar vuestros cabellos
Un sonido palpable sirve la playa
Negra por el furor de las sepias
Y roja por el letrero




 "Europe after the rain II"



"Robing of the bride"



"The blessed virgin chastizes"



"Of this men shall know nothing"



"Reviews of approaching puberty"



"Collage listonosz cheval"



Em 1925 inventou a "Frottage" (transferência para papel da superfície de um objecto através da utilização de um sombreado a lápis); más tarde experimentou a "Grattage" (técnica de raspar ou gravar os pigmentos já secos sobre uma superfície).


Max Ernst explicando as suas "Frottage"







"A palavra "reutilizar" usa-se associada na actualidade ás práticas de conservação ambiental, nas quais aos materiais não utilizáveis se lhes dá uma utilidade diferente da qual tinham originalmente. A ideia, em si, não é nova. Pelo menos não no terreno da arte. A "Collage" moderna aplicou este princípio no início do século XX: os criadores aproveitaram imagens ou materiais triviais e combinaram-nos com a pintura ou o grafismo para gerar obras insólitas.
Max Ernst foi um dos mestres da "Collage". Trabalhou com gravados e ilustrações de varias novelas do século XIX e transformou-as numa galeria de sonhos desconcertantes. As gravuras que o artista tirou dos folhetins por entregas passaram de ser cenas empoladas dos amores e costumes da vida burguesa de finais do século XIX, a concitar imagens que reflectiam o inverso dos valores e ideias dessa sociedade: o poder, o sem sentidos, a destruição e a sexualidade manifesta teciam-se em gravuras sem aparente lógica; o melhor seria dizer, com a peculiar lógica dos sonhos.
Tal como André Breton, Paul Eluard, René Magritte e o resto dos criadores surrealistas, Max Ernst encontrou na associação livre e nos meandros do inconsciente a chave da sua obra criativa. Inspirados pelas descobertas de Freud e da psicanálise sobre os mecanismos e impulsos ocultos da mente, os surrealistas procuraram opor ao férreo racionalismo da burguesia uma arte confrontadora, paradoxa e espontânea. Ss associações inusitadas eram a norma: os relógios derretidos de Dalí, os vasos comunicantes de Breton, o penhasco a meio de uma habitação pintado por Magritte.
Se Picasso e Braque foram os precursores da "Collage" moderna, Max Ernst foi um de seus representantes mais agudos e inovadores. De seus trabalhos com esta técnica sobressaem as novelas gráficas "La femme 100 têtes", "Rêve d'une petite fille qui voulut entrer au carmel" e "Une semaine de bonté ou les sept éléments capitaux ". À diferença dos criadores, para quem a "Collage" supôs um jogo de formas, texturas e materiais, para Ernst foi uma forma de realizar uma onda crítica à moral e ao pensamento da sua época. Se se apropriou dos materiais alheios só o foi para trespassar numa imagem a sua visão sobre os excessos das instituições e dos poderes patriarcais. Por momentos sonho, por momentos pesadelo, as "Collage" de Max Ernst são o reverso de um espelho em cuja superfície não nos queremos ver, por temor a reconhecer esse rostro sombrio que habita no fundo do nosso consciente."
 Víctor Uribe







Esculturas





Em 1929, realizou a novela gráfica "La Femme 100 Tétes", devendo ser considerado juntamente com "Un Chien Andalou", de Luis Buñuel, um dos primeiros filmes surrealistas.
Em 1930, foi actor no filme "L' Age D' Or", de Luis Buñuel.





Site:
http://www.maxernstmuseum.lvr.de/


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