sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O Nascimento de um Ser Polimórficamente Poético - VII

Para quem não pôde estar presente, ou para rever novamente, aqui vos deixo uma versão vídeo do filme.



O Nascimento de um Ser Polimórficamente Poético - VI

A noite de ontem foi maravilhosa, e agradeço a presença de todos.
A participação de Pedro Monteiro, como apoio musical fui sublime e mágica.


até à próxima.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O Nascimento de um Ser Polimórficamente Poético - V



Fotografias de Cena do local da filmagem














A ligação umbilical...




Arthur Rimbaud - 1



Poesia




A Eternidade

Ela foi encontrada!
Quem? A eternidade.
É o mar misturado
Ao sol.

Minha alma imortal,
Cumpre a tua jura
Seja o sol estival
Ou a noite pura.

Pois tu me liberas
Das humanas quimeras,
Dos anseios vãos!
Tu voas então...

Jamais a esperança.
Sem movimento.
Ciência e paciência,
O suplício é lento.

Que venha a manhã,
Com brasas de Satã,
O dever
É vosso ardor.

Ela foi encontrada!
Quem? A eternidade.
É o mar misturado
Ao sol.



Vogais

A negro, E branco, I vermelho, U verde, O azul: vogais.
Algum dia direi desses vossos ocultos nascimentos:
A, negro corpete felpudo em que as moscas, aos centos,
Revolteiam por onde cruéis fedores se sentem mais,

Golfos de treva; E, canduras dos vapores e das tendas,
Cumes de altivos glaciares, reis brancos, trémulas sombrinhas;

I, púrpuras, sangue cuspido, as belas bocas escarninhas
Em sua cólera ou, da embriaguez, percorrendo as sendas;

U, ciclos, divino ondular dos mares verdejando sem fugas,
Paz das campinas polvilhadas pelo gado, paz das rugas
Que a alquimia imprime na alta fronte dos estudiosos;

Ò, Supremo Clarim, pleno de raios estridores facundos,
Silêncios atravessados por Anjos e por Mundos:
- Ò, o ómega, a emanação violeta dos Seus Olhos! -


Canção da Torre Mais Alta

Ociosa juventude
De tudo pervertida
Por minha virtude
Eu perdi a vida.
Ah! Que venha a hora
Que as almas enamora.

Eu disse a mim: cessa,
Que eu não te veja:
Nenhuma promessa
De rara beleza.
E vá sem martírio
Ao doce exílio.

Foi tão longa a espera
Que eu não olvido.
O terror, fera,
Aos céus dedico.
E uma sede estranha
Corrói-me as entranhas.

Assim os Prados
Vastos, floridos
De mirra e nardo
Vão esquecidos
Na viagem tosca
De cem feias moscas.

Ah! A viuvagem
Sem quem as ame
Só têm a imagem
Da Notre-Dame!
Será a prece pia
À Virgem Maria?

Ociosa juventude
De tudo pervertida
Por minha virtude
Eu perdi a vida.
Ah! Que venha a hora
Que as almas enamora!


Les Chef-d'œuvres - XII



Quentin Massys
(1465, Leuven - 1530, Antwerpen)


 Quentin Massys - Ecce Homo (1515)


 Quentin Massys - Ecce Homo (1526)


Quentin Massys - John the Baptist and St Agnes (1520)





Quentin Massys - Portrait of Erasmus of Rotterdam (1517)




Quentin Massys - The Adoration of the Magi (1526)




Quentin Massys - The Moneylender and his Wife (1514)




Quentin Massys - The Ugly Duchess (1525-30)




sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Mensagem - 1

Brasão - Os Castelos - 2.7 - D.João o Primeiro



O homem e a hora são um só
Quando Deus faz e a história é feita.
O mais é carne, cujo pó
A terra espreita.

Mestre, sem o saber, do Templo
Que Portugal foi feito ser,
Que houveste a glória e deste o exemplo
De o defender.

Teu nome, eleito em sua fama,
É, na ara da nossa alma interna,
A que repelle, eterna chama,
A sombra eterna.



    



Em 2006, Eu e a Paula Pessoa, utilizando a mensagem de Fernando Pessoa, fizemos vários filmes, cada um dedicado a uma das 44 parte da mensagem. Estes filmes, registados em vídeo, iriam mais tarde ser refilmados em suporte analógico e no final seria um só, mas nunca foi terminado, ficando somente com a parte dois, "Os castelos" e a parte cinco "O timbre". Talvez um dia o retome.


O Nascimento de um Ser Polimórficamente Poético - IV


O filme já tem data e projecção marcada,mas a hora ainda está a ser confirmada, mas deverá ser pelas 22h.
Aguardo a vossa presença.

Site:


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O Nascimento de um Ser Polimórficamente Poético - III


Nome:"O Nascimento de um Ser Polimórficamente Poético"
Duração: 6m e 1seg
Ano: 2011
Suporte: 16mm a preto & branco
Realização: Celestino Monteiro
Actores: Ana Tinoco e Pedro Monteiro
Produtora: Os meus são melhores que os vossos

O Nascimento de um Ser Polimórficamente Poético - II


A projecção será dia 29 de Setembro, no bar "Maria vai com as outras", na rua do Almada, nº 443, Porto, Portugal.
Aguardo a vossa presença. 

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Alberto Giacometti


(Borgonovo, Suíça, 10 de Outubro de 1901 - Coira,Suíça, 11 de Janeiro de 1966).



Foi um escultor e pintor que cresceu num ambiente de artistas. O seu pai, Giovanni Giacometti, era pintor impressionista e o seu padrinho,Cuno Amiet, era fauvista.
Furmou-se em Paris em escultura. Aqui contactou com os cubistas, e mais tarde com os surrealistas, formando parte deste movimento de 1930 a 1935.
Vivendo em Montparnasse, contactou com os artistas Joan Miró, Max Ernst, Pablo Picasso, Samuel Beckett, Jean-Paul Sartre, Paul Éluard e André Breton, para o qual escreveu e desenhou na sua publicação "Le surréalisme au Service de la Révolution". Num dos primeiros números desta revista, Giacometti mostrava o magnetismo inquietante com o qual lhe enfeitiçavam os objectos: “Todas as coisas… as que estão próximo, e longe, todas as que passaram e as futuras, as que se movem, mudam (se passamos junto a elas, se afastam), outras aproximam-se, sobem, descem,..."
Durante os anos 30, Giacometti insiste no facto de que as esculturas que realizava não tinham as marcas da sua manipulação, nem da sua presença física nem dos seus cálculos estéticos e formais: “À anos que realizo somente aquelas esculturas que se oferecem ao meu espírito já perfeitamente terminadas”. “A realização é somente um trabalho material que, para mim, em todos os casos, não apresenta nenhuma dificuldade. É quase aborrecido. Tem-se na cabeça e se necessita vê-la realizada, mas a realização em si mesma é cansativa. Se fosse possível ser realizada por outros seria ainda mais satisfatório”. É por isso que falava das suas obras como de “projecções” que queria ver realizadas mas que não queria ser ele a fabrica-las.
Nas obras deste período é visível a ideia surrealista do simbolismo dos objectos.









O abandono do surrealismo e a volta à arte figurativa constituíram o prelúdio da chegada de Giacometti ao seu estilo mais singular e característico. Aparecem nesta altura as figuras humanas delgadas, de aparência nervosa, de superfície áspera, geralmente de tamanho natural e que podem estar representadas isoladas ou em grupo. São estas obras que fizeram de Giacometti um dos artistas mais originais do século XX. Também na pintura, as suas obras caracterizam-se por figuras rígidas e frontais, simbolicamente isoladas no espaço. Nelas está representada a solidão e o isolamento do homem.
Entre 1935 e 1940, Giacometti concentrou a sua escultura na cabeça humana, centrando-se principalmente no olhar. Isto foi seguido por uma nova e exclusiva fase artística na qual as suas estátuas começaram a alargar-se.
A princípios dos anos 50, Giacometti começou a realizar os trabalhos em bronze. Perfeccionista, Giacometti estava obsessionado em criar as suas esculturas exactamente como as via através do seu exclusivo ponto de vista da realidade.
Em 1962 recebeu o grande prémio de escultura na Bienal de Veneza, o que o levou a converter-se numa celebridade internacional.





"A proposição última na qual Giacometti baseou toda a sua obra de maturidade consistiu na impossibilidade de chegar a compartir a realidade com alguém – e a ele o único que lhe interessava era a contemplação da realidade. Por isso acreditava que era impossível ver uma obra terminada. Por isso o conteúdo de qualquer das suas obras não é a natureza da figura ou da cabeça retratada, mas sim a historia incompleta da contemplação por parte do artista. O acto de olhar era para ele uma forma de oração; foi-se convertendo num modo de aproximar-se a um absoluto que nunca conseguia alcançar. Era o acto de olhar o que lhe fazia dar-se conta de que se encontrava constantemente suspendido entre a existência e a verdade."
"Mirar" de John Berger (1987)




"Se tivesse nascido num período anterior, Giacometti teria sido um artista religioso. Mas, nascido numa época de alienação profunda e geral, não quis utilizar a religião como um escape em direcção ao passado. Foi obstinadamente fiel ao seu tempo; um tempo que deveu de ser para ele como a sua própria pele: o saco no qual havia nascido. E este saco simplesmente não podia deixar de lado, sem deixar de ser honesto, na sua convicção de que sempre havia estado só e sempre o estaria."
"Mirar" de John Berger (1987)



"Giacometti propõe que a realidade não se pode compartir, e isto é certo na morte. Não se trata de que o artista tivesse um interesse mórbido no processo da morte, mas sim de que o único que o preocupava era o processo da vida tal como a vê um homem cuja própria mortalidade lhe proporciona a única perspectiva da que possa confiar. Nenhum de nós se encontra em situação de recusar essa perspectiva, mesmo quando tentamos reter outras ao mesmo tempo."
"Mirar" de John Berger (1987)



Um dos aspectos mais inovadores foi a colocação em cena do movimento real na obra plástica até então estático. Isto deveu-se ao facto de que a bola pode, efectivamente, fazer-se oscilar como um pêndulo, o que determina uma percepção do trabalho na sua forma física concreta e objectiva e não como forma plástica. Segundo o próprio autor: “Apesar dos meus esforços, naquele tempo não conseguia realmente tolerar uma escultura que se limita-se a dar ilusão de movimento (uma perna que avança, um braço levantado, uma cabeça que olha de lado). O movimento podia concebe-lo somente se era real e efectivo, é mais, queria dar a sensação de o poder provocar.” O movimento é real, e portanto o meio temporal no qual se inscreve é o tempo real da experiência, livre de todos os limites e, por definição, incompleto. Este decorrer do movimento real e ao mesmo tempo textual é uma função do significado do surrealismo enquanto que se instala simultaneamente nas margens do mundo e no seu interior, comparte as condições temporais, mas forma-se debaixo da pressão de uma necessidade interior.






Site:
http://en.wikipedia.org/wiki/Alberto_Giacometti