segunda-feira, 25 de abril de 2011

Jim Morrison




















THE END


this is the end
Beautiful friend
This is the end
My only friend, the end

Of our elaborate plans, the end
Of everything that stands, the end
No safety or surprise, the end
I'll never look into your eyes...again

Can you picture what will be
So limitless and free
Desperately in need...of some...stranger's hand
In a...desperate land

Lost in a Roman...wilderness of pain
And all the children are insane
All the children are insane
Waiting for the summer rain, yeah

There's danger on the edge of town
Ride the King's highway, baby
Weird scenes inside the gold mine
Ride the highway west, baby

Ride the snake, ride the snake
To the lake, the ancient lake, baby
The snake is long, seven miles
Ride the snake...he's old, and his skin is cold

The west is the best
The west is the best
Get here, and we'll do the rest

The blue bus is callin' us
The blue bus is callin' us
Driver, where you taken' us

The killer awoke before dawn, he put his boots on
He took a face from the ancient gallery
And he walked on down the hall
He went into the room where his sister lived, and...then he
Paid a visit to his brother, and then he
He walked on down the hall, and
And he came to a door...and he looked inside
Father, yes son, I want to kill you
Mother...I want to...fuck you

C'mon baby, take a chance with us
C'mon baby, take a chance with us
C'mon baby, take a chance with us
And meet me at the back of the blue bus
Doin' a blue rock
On a blue bus
Doin' a blue rock
C'mon, yeah

Kill, kill, kill, kill, kill, kill

This is the end
Beautiful friend
This is the end
My only friend, the end

It hurts to set you free
But you'll never follow me
The end of laughter and soft lies
The end of nights we tried to die

This is the end





"Kill the father, fuck the mother, Kill the father, fuck the mother, kill the..."
(Consegue-se realmente entrar na própria cabeça, apenas repetindo o mantra)

A inspiração veio de "O Nascimento da Tragédia" de Nietzsche: Édipo assassino de seu pai e marido de sua mãe.
Sófocles chamou a Édipo a "figura mais infeliz do teatro grego... o tipo de homem nobre que, apesar da sua sabedoria, sucumbe ao erro e a miséria, mas que, todavia, através dos seus sofrimentos extraordinários , acaba por exercer um efeito mágico e conciliador em todos os que o rodeiam, que continua mesmo depois da sua morte"


Há 6 meses que não pinto... A morte do artísta?


quarta-feira, 20 de abril de 2011

666


Atingi neste momento o número mágico de 666 visualizações da página.
Bem haja a todos voz!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Teixeira de Pascoaes - II


"Cânticos"
O Caminho

Sou um velho caminho,
Aberto em tenra argila e duros fragaredos.

Passam por ele o triste, o doido, o pobrezinho,
Sonhos, delírios, mêdos,
A dôr sempre a gritar, a mágoa emudecida
E o frio vento norte...

Passa o perfil banhado em luz da vida,
Passa o esqueleto trágico da morte.
E um anjo quimérico figura,
Todo resplandecente de brancura,
Sôbre ele pousa os pés de mármore tão leve!
E mostra, à luz do luar, a túnica de neve.

Passam êrmos e estranhos personagens,
Aparições, imagens
De Dante e de Vergílio, divagando
Na escuridão do inferno.

E passa o outono um lírio desfolhando...
E o desolado inverno.
E a primavera passa,
Num sorriso espalhando etérea graça.

Passam virgens humildes, de mãos postas,
De olhos azuis no céu;
Passa Jesus levando a negra cruz às costas.
A terra treme, o sol escureceu,
Ouve-se o mar em lágrimas desfeito...

E passa Madalena enlouquecida, aos gritos!
Almas mortas de angústia e corações aflitos
E Maria que tem sete punhais no peito.

Passa um vèlhinho e triste peregrino;
Longa barba a comer-lhe os ossos da caveira.
Cinge-lhe a escura fronte um resplendor divino.
Vem lá das longes terras do Passado;
Traz o manto coberto de poeira
E a cabeça vazia, ao alto do cajado.

Passa a dôr a tristeza, o desespêro;
O espectro de Camões, o de Agostinho e Antero;
As três faces eternas da Elegia
Que dentro em nós murmura, sonha e reza;
Crepúsculo divino a anunciar o dia
Que há de doirar ainda a terra portuguesa.

Sou antigo caminho em fraga aberto,
Ao longo dum deserto
E de nocturnos cêrros montanhosos
E de negros espaços fabulosos...





Depois de uma filmagem... o descanso do herói!


Novidades do submundo celestinico - II



Está terminada a rodagem da minha segunda curta metragem em 16mm: "O nascimento de um Ser Polimórfico Transcendentemente Poético".

.Agora aguardo a ansiosamente a "revelação divina", para depois mais uma vez, e artisticamente, montar este grande filme.

Até breve

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Charles Baudelaire



DE PROFUNDIS CLAMAVI


Que te peço?
Tem pena de mim

Do fundo da ravina obscura onde o meu coração caiu
Ouve meu desabafo

Vivo num mundo sem horizonte nem intensidade
Onde de noite proliferam horror e blasfémia
Não há bichos nem rios nem prados nem bosques

Quando a escuridão se afasta um sol sem afago cobre uma terra mais nua que o mais nu dos pólos

Eu sei que não há no universo horror que ultrapasse a violência gratuita e fria deste sol gelado

Nem o caos antiquíssimo é mais desarrumado que esta noite de que te falo

Invejo o quinhão que coube ao mais vil dos animais que se pode esquecer num sono pasmada

tu que és o Exclusivo que eu amo
peço-te

Divide o tempo que me pesa e dói em fios tão finos quanto podes
E fá-lo lentamente
















O estado da Arte!


As minhas Placas Artísticas na Escultura - III








domingo, 10 de abril de 2011

Teixeira de Pascoaes




















"Cânticos"
A Pedra Negra

Esta noite de inverno! Ouço-a a gritar!
Ouço-a a gemer baixinho...
E tem negros silêncios abismáticos,
Desertas amplidões
E trevas marulhantes que se espraiam,
Nos longes do infinito, em litorais
De pérolas acêsas...

Scismo, junto do fogo, mergulhado
Em vagos pensamentos dolorosos...
São espectros que dentro em mim vagueiam,
Como à luz da candeia, a minha sombra,
Nas lívidas paredes...

Ainda a noite a queixar-se, num clamor
De mágoas tão profundas,
Que no meu coração se liquifazem
E em lágrimas afloram nos meus olhos...
Mas cáem-me, outra vez, no meu coração.

Ignota dôr das cousas! Dôr sem nome,
Que ninguém soube traduzir ainda!
Só a estátua dum Dante que falasse
Aos ventos da loucura!

Scismo, junto ao fogo, alheado e triste.
Ardem-me os tornozêlos, e que frio
As costas me congela! Estas antigas
Lareiras não aquecem.

Deixam entrar o zimbro as têlhas soltas;
E em noites de silêncio,
Uma réstea de lua que se espalha
Nas brisas quási extintas,
Como chagas vermelhas a sarar.

Dir-se há que o próprio inverno a escorrer água,
Vem sentar-se, cançado, ao pé de mim;
E estende as mãos de neve sôbre as chamas
Que, perturbadas, deitam negro fumo,
Como as chamas do inferno, quando nelas
Se precipitam, loucas de aflição,
As almas condenadas...

E fico, absorto e triste, a ouvir o vento
Gritar os seus remorsos,
Nesta soturna casa onde nasci,
Onde fui dado à sombra e não à luz,
Porque, nascer, meu Deus, é já morrer,
O berço é já sepulcro.

E fico absorto e triste. Vejo o lume
Que se extingue, por fim. As chamas débeis
Rastejam sôbre o tronco requeimado,
Quais asas debatendo-se na morte...
Embranquecem de frio as brasas rubras
Que o sôpro dum fantasma ocultante
Parece reavivar...

Lá fora, o vento adormeceu. A chuva
Nas escadas de pedra vai caindo,
Em ais humedecidos e murmúrios
Não sei de que tristeza...

E fico absorto e triste, contemplando
A solidão gelada...
Vejo-a crescer conforme a cinza cresce
Na pedra negra e morta da lareira.
Cresce também a sombra; e nos recantos
Escuros se desenham
Aparições de mortos que eu amei

E partiram, cansados, dêste mundo,
Pouco tempo depois de eu ter chegado,
Velhinho e pequenino, duma estranha,
Fantástica viagem...
Que multidão no espaço do meu lar!
Que multidão enorme e que deserto!
Ó sempiterna ausência de meu Pai!
Que frio e que tristeza, neste grande
Enegrecido lar desconfortável,
Como esta velha casa de abandôno,
Sempre aberta ao luar das horas mortas,
Ao silêncio da noite, aos êrmos ventos,
E às sombras outonais... Ó minha casa
Sepultada num lívido crepúsculo
Que são vagos fantasmas confundidos
Na mesma nódoa escura... E nele pairam
Êrmas vozes que eu ouço e ninguém ouve,
Aparições que eu vejo e mais ninguém,
Visões que só meus olhos incendeiam
E neles deixam rastos espectrais
E lágrimas de dôr...

A derradeira
Faúlha viva apaga-se na cinza,
A candeia de azeite bruxuleia,
Espalha tons de palidez na sombra,
Onde o meu vulto humano se consome,
Como um esbôço antigo... De repente,
Um grilo canta!... Uma vozinha alegre
Do estilo, em pleno inverno... E fico triste...

Lá fora,a noite é mais pesada e muda,
Onda negra que alaga todo o espaço,
E na suprema altura se desfaz
Em turbilhões de espuma luminosa.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Simplesmente com as mãos vazias



Angélica Liddell - A arte de não querer ser amado


Angélica Liddell (nome da menina que inspirou Lewis Carroll no seu "Alice no Pais das maravilhas"), pseudónimo de Angélica González, nasceu em Figueres, Espanha em 1966.

Licenciada em Psicologia e Arte Dramática, é produtora, encenadora, actriz, escritora, poetisa e dramaturga.
Iniciou em 1988 a sua trajectória no teatro e, em 1993, fundou a companhia Atra Bilis Teatro, onde produz, dirige e interpreta os seus próprios textos. A sua obra compreende narrativa, poesia, performance e acções, o seu teatro “afligido”, para além de textos teatrais, e trata de temas como a decadência da instituição familiar ou o lado negro do ser-humano, a morte, o sexo.

E na sua geração, o nome mais forte da revivificação da tragédia. O seu teatro descarnado e colérico, traduz poeticamente o incomodo da humanidade.
Grande seguidora de Antonin Artaud, comparte o seu ideal de teatro e a sua visão metafísica do mundo, no qual o mal é a lei permanente e o bem um esforço, como dizia Artaud.




El teatro es lo que me impide pegarme un tiro”

" Amar tanto para morir tan solos"


Mi cuerpo es mi protesta
No quiero aportar nada al mundo, salvo mi profundo horror por el mundo. Después de los desastres del siglo XX no puedo sentir más que horror. Después de semejante exhibición del mal, el hombre ya no puede redimirse. Quién puede volver a amar a los hombres? Quién puede volver a cantar en honor a los hombres?
Sólo se me ocurre protestar.
Mi cuerpo es mi protesta.



Mi cuerpo es mi protesta.
Mi cuerpo renuncia a la fertilidad.
Mi cuerpo es mi protesta contra la sociedad, contra la injusticia, contra el linchamiento, contra la guerra.
Mi cuerpo es la crítica y el compromiso con el dolor humano.
Quiero que mi cuerpo sea estéril como mi sufrimiento.
Mi cuerpo es mi protesta.




Mi cuerpo es mi protesta.
Quiero morirme sola, sin dejar nada atrás. Es mi manera de unirme a los que fueron exterminados, a los que sufrieron sin límite.
No quiero esperanza.
Mi cuerpo es mi protesta.


Mi cuerpo es mi obra de arte.
Mi decisíon es mi obra de arte.
No tener hijos es mi obra de arte.
Mi vida es mi obra de arte.

















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