segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

As viagens de Pedro, O Saltitão - 1

Novamente um filme animado artisticamente com uma fantástica música original de Pedro Monteiro.
Montagem de Celestino Monteiro & Paulo Monteiro
2010 Fevereiro



domingo, 27 de fevereiro de 2011

30 anos ao serviço da arte e de mim – IV

1996 - A Revolta

Após quatro anos sem pintar, acordei uma manhã de nevoeiro e pintei três telas. Á noite veio uma bonita lua de verão e lá voltei eu á letargia pictórica.



Discografia num paraíso infernal - IV













Current 93 - Swastikas For Noddy (1988)

Poesia (426): "As Palavras no Lagar" - Tabosa da Pena


Alma Diáfana

Vem a hora, e nela tudo se envolve,
Como a minha vida se dissolve,
Fria e pensativa como o inverno.
Estou só, se ao menos estivesse só...

Tenho-me sempre comigo, ausente e solitário,
Como um barco à deriva com um marinheiro morto,
Assim foi a minha existência, algo por achar,
Resta-me escrever à minha alma diáfana...

Um solfejo de harmonia semântica alegra-me
Mas só por breves instantes,
Breves, como a minha vida.



Fiat Lux

A morte, fitou-me,
Levando o mais íntimo segredo,
Querer ter dor para sempre,
Afogar toda a alegria num poço fundo,
Dar azo ao pranto, anunciar como um anjo!
Em silêncio, o luto da minha alma...

Meu Deus! Que bonita é a tristeza,
O sol nos cemitérios, a lua
Ilumina o mar para que este
Possa cantar, acompanhando, a melancolia
Triste sina, o nascer do dia...
Tão distante, o meu pensamento
Do mundo. Ai! Ausência até de mim!

Deus, no trânsito final confessou-me,
Para remissão dos pecados, falou com voz
Rouca: "Padeceste no fado por culpa minha,
Mas a tristeza foi toda tua, para escreveres
As cousas profanas, na pena de
Deus, Dionísio embebedou-te e eu embalei-te..."

Então depois, fechei os olhos, sem antes
Escutar o murmurar do rio e o chilrear
De um passarinho. Vieram então enterrar-me
Eu, quasi novo, reencarnei,
Alegre, meu espírito ia para o céu, pelo Marão!


Diamantes – lazúli, azul-prussiano.
A minha paleta de pensamentos,
Levou-ma o vento, já sem luz,
Quem me acorda, quem me acode!

Como um rio corre da fonte
Por um lugar por achar,
Assim a rota do meu infinito,
Sempre às voltas, em espiral!

Também os poetas sofreram,
Foram incompreendidos,
Não amaram senão a sua obra,
Perderam-se na visão do sonho!

E, agora tudo foi uma grande ilusão,
Estou tão sozinho, como a natureza,
E a minha vida foi passear meu pensamento,
À beira-mar... O poente, e tudo era sonho e religião!

Os santos e os poetas têm essa visão mística
Da vida, e a fé pesa tanto!
Oh! Crepúsculo, lantejoulas na harém da vida porque tudo
É construção, real dentro do real!




















Citação numa última manhã de Fevereiro

"Mas que eu vos abra inteiramente o meu coração, meus amigos: se houvesse deuses, como suportaria não ser Deus? Portanto, não à deuses"


"A minha minhoca chorona e estrangulada"

Um filme animado artisticamente com técnicas consagradas mas pouco divulgadas.
Realização: Pedro Monteiro
2010 Fevereiro

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Visto por...

Man Ray - Emmanuel Radnitzky, óleo sobre tela, 1938
 ...visto por Valentina Carro Padin (modelo: Celestino Monteiro)









Roland Penrose - Portrait of Valentine, óleo sobre tela, 1937
 ...visto por Celestino Monteiro (modelo: Valentina Carro Padin)














 

Man Ray e Roland Penrose - Los Angeles 1946











Discografia num paraíso infernal - III












Coil - ...And The Ambulance Died In His Arms (2005)

30 anos ao serviço da arte e de mim – III

1992 - O fim

Esta última fase foi bastante prolífica, artisticamente muito interessante e inovadora.
Esta fase terminou com a morte de minha mãe. A partir deste momento estive vários anos em estádio apático em relação à pintura.




Citação para um tempo como este!

"A vida é breve, mas eu quero viver para sempre"

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O meu primeiro filme em 16mm


O filme "O acordeão policromático-sinusoidal e as tentativas de uma louca para o dominar", em 16mm a preto e branco, terá a duração aproximada de 25 minutos. Encontra-se em fase de pós-produção.
Foi filmado no ano de 2009 na Galiza, Espanha e contou com a participação da actriz Valentina Carro Padin.
Mais informação para breve.

(fotografia de cena de Celestino Monteiro)

Citação numa tarde solarenga... continua o bom tempo!

Que me importa que o Apocalipse exista ou não, se quando eu morrer é o fim do mundo

Padre António Vieira

Max - 1 parte (Julho 2010)

Banda desenhada feita pelo meu filho Pedro Monteiro.





Discografia num paraíso infernal - II

Boyd Rice - The Way I Feel (2000)

30 anos ao serviço da arte e de mim – II

1982-1991 - A esperança

Anos dourados, nos quais fiz várias exposições nacionais e estrangeiras, fui entrevistado por vários jornais e fui convidado a ir à RTP e à rádio. Tive grande aceitação por parte da crítica e do publico.

Ainda continuei bastante ligado à corrente Surrealista.















sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Visualizador de Polizontes













Valentina Carro Padin

Hoje não almocei...

...também para quê!

"Ana" - Depois de tudo o que não foi...


À memoria da Ana Margarida, minha mulher, que tão cedo nos deixou.

...

O vento abriu-se
para lá do tempo
e transformou-se em fruto
o embrião do sofrimento...


Último barco...
Última descida...
Último adeus...
Partiste, meu amor!
Eu fiquei.
Mas não te digo adeus
nem revelo ante ti
um rosto verdadeiro.
E é ainda, através da máscara,
que eu canto,
Partiste, meu amor.
Eu volto ainda à nossa moradia
agora vazia de ti, de paredes brancas,
escutando o mar,
entre campos de margaridas.
Sei que já há muito
mas obstinadamente insisto
em ouvir os teus passos cadenciados
no gelo frio deste chão
que insisto em pisar,
como um céu nebuloso
sob o qual as gaivotas se afagam
no canto de uma só sereia...


Dei-te um cavalo branco
e a maior estrela
presa por um cordão de margaridas.
Hoje ofereço-te a minha morte
num vaso de sangue volátil e baço.
Nada mais, meu amor.
Só,
Aguardo a hora.
Entretanto Chopin chora comigo
erguendo catedrais
e navios sem porto.
- Um bouquet de rosas por ti,
e para ti, meu Amor.


Sobre o cais húmido
não há ninguém, meu Amor.
Se tento acenar-te ainda
logo as minhas mãos estremecem
e tombam inertes.
Se te chamo,
logo uma torrente de sangue
me abafa as palavras.
Se te choro,
logo um grito interior me violenta
como se o cutelo invisível
de uma morte indolor
me aguardasse no fim...


Depois do amor
só um longo gemido
a torturar as horas...
Depois de ti
a túlipa cerrada
nos dedos de um cadáver...
Depois do amor
só o extremo soluço
de quem abriu os olhos
para sentir remorsos...
Depois
Depois de tudo o que não foi,
apenas a coerência
apenas a inocência
dum lírio ensanguentado.
Depois
Depois de ti
depois de tudo aquilo
que não chegou a ser,
- apenas Eu
na informe coerência
de ser Eu
no momento supremo em que sou
Nada!


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Abenturazorríbéís

Estará já no prelo o terceiro numero desta alucinante publicação pirata? Aguardamos com expectativa.


Discografia num paraíso infernal - I

Scivias - ...And You Will Fear Death Not (2001)

Citação numa tarde solarenga

"Talvez na vida tudo seja plástico"

Tabosa da pena

30 anos ao serviço da arte e de mim – I

1981 - O Desflorar

Já não me lembro como tudo começou, mas deve ter sido num dia de iluminação espiritual. Lembro-me somente de um regresso das aulas (deve ter sido um dia mau), quando entrei em casa, a primeira coisa que fiz foi ir a um armário e arrancar uma das portas e por-me a pintar, pela primeira vez. Comecei com o óleo pois tinha sido um colega da escola, o Gentil, que mos tinha arranjado. Os meus pais ao chegar à noite, ao verem o resultado da minha destruição e criação, em vês da merecida sova por estragar o móvel, ficaram muito surpreendidos por eu finalmente estar a criar e deram-me uma festa na cabeça e incentivaram-me a continuar... mas só a pintar (por momentos uma palavra não, podia ter-me levado mais tarde, a destruir toda o recheio da casa). No dia seguinte, todo contente, fui com o meu pai comprar a minha primeira tela. Um mês depois ofereceram-me uma caixa cheia de tintas, com pincéis, diluente, óleo de linhaça e ate uma paleta, eu nunca tinha visto tanto material junto.

(primeira pintura)






















O inicio foi empolgante mas pouco inovador pois vivia nesse tempo uma profunda admiração pela escola Surrealista e em particular por Salvador Dali.























Flores para Dali (fotografia minha)






















Mas desta altura tenho um dos meus melhores quadros que ainda hoje o reservo, por mais que o quiseram comprar, e muitíssimo bem pago. Aos poucos la me fui libertando dessa influencia e conseguindo um traço próprio e menos classificável.

Sem titulo (a minha obra-prima)























Eu, no meu local de trabalho em San Vicente del Mar