quarta-feira, 22 de junho de 2011

Necronomicon


O título original é Al Azif. Azif, palavra utilizada pelos árabes para designar os sons nocturnos (produzidos pelos insectos), que se supões são aliados dos demónios.
Foi escrito por Abdul Alhazred, um poeta louco do Sanaa al Yemen, que se supõe floresceu no período dos califas omeyas no ano 700. Visitou as ruínas de Babilónia e os subterrâneos secretos de Menfis, e passou dez anos solitáriamente no grande deserto do sul da Arábia (el Roba el Khaliyeh [Rub al-Jali], o "Espaço vazio" dos antigos), o deserto "Danha" o "Carmesí" dos árabes modernos, que se supõe habitado por espíritos malignos y monstros mortais. Dizem-se muitas cosas maravilhosas e incríveis deste deserto, transmitidas por quem o percorreu.
Nos últimos anos de vida, Alhazred permaneceu em Damasco, onde escreveu o Necronomicon (Al Azif), e muitas coisas terríveis e contraditórias se contarão sobre a sua morte, registada no ano 738 da nossa era.




Ibn Khallikan (biografo do século XII) contou que fui apanhado por um monstro invisível a plena luz do dia e devorado na presença de um grande numero de testemunhas aterrorizadas. Alhazred pretendia ter visitado a fabulosa Irem, ou Cidade dos Pilares, e ter encontrado de baixo as ruínas de um povoado desértico sem nome, os terríveis anais secretos de uma raça mais antiga que a humanidade. Foi um muçulmano indiferente, que rendia culto a entidades desconhecidas ás quais denominava Yog-Sothoth e Cthulhu.
No ano 950 o Al Azif, muito frequentado (de forma clandestina) entre os filósofos da época, foi traduzido em secreto ao grego por Teodoro Philetas (ou Filetas, segundo outras grafias) de Constantinopla com o título de Necronomicon. Durante um século a sua influencia provocou acontecimentos horríveis, até que foi proibido e queimado pelo patriarca Miguel.
A partir desse momento, só ficaram referencias escassas sobre a sua historia, mas Olaus Wormius (1228) traduziu-o ao latim na Idade Media, e este texto latino foi impresso duas vezes: no sec. XV com letras góticas (obviamente na Alemanha) e logo no sec. XVII (provavelmente em Espanha); ambas edições carecem de pé de impressa ou sinais identificativos, e foram datados somente pela evidencia tipográfica.
A obra, tanto a versão grega como a latina, foi condenada pelo Papa Gregório IX em 1232, pouco depois da sua tradução ao latim. O texto original árabe perdeu-se na época de Wormius, tal como assinala a sua nota introdutória, e nunca se viu a copia grega (impressa em Itália entre 1500 e 1550) desde que se incendiou a biblioteca de um coleccionador particular de Salem en 1692. A tradução inglesa realizada por Dr. Dee nunca se imprimiu, e sobrevivem somente alguns fragmentos recuperados do manuscrito original. Dos textos latinos resta um do sec. XV, que se conserva no British Museum em segredo, enquanto que outra copia, do sec. XVII, encontra-se na Bibliotheque Nationale em Paris. Há uma edição do sec. XVII na Widener Library de Harvard, outra na Biblioteca da Miskatonic University em Arkham, e outra na biblioteca da Universidade de Buenos Aires. Muitas outras copias circulam em segredo, e corre o rumor que uma cópia do sec. XV forma parte da colecção de um conhecido milionário norte-americano. Um rumor mais difuso ainda, afirma que a família Pickman de Salem conservou uma copia do texto grego do sec. XVI, mas parece ter desaparecido junto com o artista R. U. Pickman, que morreu em 1926.
O livro está estritamente proibido pelas autoridades de vários países e por todas as ramas eclesiásticas, pois a sua leitura acarreta consequências terríveis.








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