"Manifesto Anti-Dantas e por extenso"
Almada Negreiros, juntamente com Santa-Rita, tinham vindo a animar um movimento iconoclasta contra a literatura academicamente dominante. Neste contexto surgiu este manifesto, escrito e publicado por Almada Negreiros em 1916. Texto violento e polémico contra Júlio Dantas, símbolo da literatura nacional, conservadora e decadente.
Escrito em revolta, contra uma publicação de Dantas, meses antes, na qual se referiu aos poetas do "Orpheu" como "poetas paranóicos".
Surgiu após ter assistido a uma peça de Dantas, "Soror Mariana", a 21 de Outubro. No final da peça, depois de vaiar e patear, em conjunto com outros elementos, o espectáculo, saiu e foi escrever este tremendo manifesto. No dia seguinte fez imprimir o texto e assinou "José de Almada-Negreiros, poeta de Orpheu, Futurista e tudo".
Consta que Dantas comprou todos os exemplares que pode alcançar, logo no depósito, da Livraria Monteiro, sobrando somente alguns para a posterioridade.
Deste símbolo de um Portugal decadente, Almada contrapôs o pintor Amadeu de Sousa-Cardoso. Num outro manifesto "A Raça Portuguesa do Século XX", considera a exposição de Amadeu mais importante que a "Descoberta do caminho marítimo para a Índia".
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