sexta-feira, 27 de maio de 2011

John Cage


(Los Ángeles, 5 de Setembro de 1912 – Nova York, 12 de Agosto de 1992)


"John Cage - Water Walk"

Foi compositor, instrumentista, filósofo, teórico musical, poeta e artista plástico. Pioneiro na música aleatória e electrónica, foi um dos principais elementos do Avant-Gard.
Revolucionou a música contemporânea dotando-a de uma linguagem caótica, continuando assim as trajectórias de Edgar Varese, Charles Ives, Henry Cowell e Arnold Schoenberg.
Uma das suas influências foi o Zen e o I Ching (antigo texto chinês), que o levou na sua música a usar silêncios intermináveis, sons desconexos, casuais e atonais, com volume, duração e timbre aleatórios.
Cage usou o termo "música não-intencional" para alguns dos seus trabalhos. Um exemplo foi 4'33" (1952), no qual na partitura não especifica nenhum som que deva ser produzido durante o tempo em que dura a obra.

John Cage, 4'33" (1952)

Utilizou também o azar na composição. Chegou a usar um método no qual ia perfurando uma folha de papel no local onde houve-se imperfeições, para depois com uma folha transparente , decalcar essas marcas sobre um pentagrama.
No início dos anos 50, John Cage isolou-se em uma das câmaras anecóicas da Universidade de Harvard. Quis assim experimentar o "puro silêncio", mas constatou que mesmo assim ouvia ruído, o do seu coração a bater e o seu sangue a circular. Constatou que o silêncio absoluto, como uma experiência consciente, era impossível.









"Creio que o uso de ruídos na composição musical irá aumentando até que cheguemos a uma música produzida por instrumentos electrónicos, que porá a disposição da música qualquer som e todos os sons que o ouvido possa perceber"


Cage inventou o piano preparado, no qual colocou nas cordas parafusos e bocados de borracha e madeira, dotando assim o instrumento de uma nova variedade de possibilidades sonoras. Uma dessas composições foi "sonatas and Interludes" (1946-1948).


"For prepared piano Sonata"

Toda a música de Cage desde 1951 foi composta utilizando procedimentos de azar usando o "I Ching". Ao utilizar processos de azar eliminava assim os gostos do compositor e do intérprete da música.
Em "Child of Tree" (1975) e "Branches" (1976), pediu aos intérpretes que utilizassem plantas como instrumentos, assim a estrutura ficou determinada a través do azar das suas escolhas, sendo este o resultado pretendido.
Os trabalhos de John Cage são extremamente difíceis de interpretar.

"Child of Tree" (1975)

John Cage teve importância como escritor e professor. As suas aulas foram incluídas em diferentes livros tais como "Silence" (1961)




"Sound - (1966-67)"


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