(Tbilisi, Georgia, 9 de Janeiro de 1924 – Ereván, Arménia, 20 de Julho de 1990)
Paradjanov inventou o seu próprio estilo cinematográfico. Cineasta, pintor, escultor, a sua obra é extremamente poética, artística e visionaria.
Não se enquadrando com as regras do realismo socialista, e devido ás suas posturas polémicas, as autoridades cinematográficas negaram-lhe a permissão para rodar em diversas ocasiones. Quase todos os seus projectos entre 1965 e 1973 foram proibidos. Em 1973 foi preso e manteve-se em reclusão até 1977. Mesmo depois da sua libertação, o seu cinema continuou a ser visto com desconfiança.
"Nos dez últimos anos, Sergéi Paradjanov só realizou dois filmes, "Shadows of Forgotten Ancestors" e "The Color of Pomegranates". Influenciou em primeiro o cinema da Ucrânia, em segundo o do país inteiro, e em terceiro, o do mundo. Artisticamente, à pouca gente no mundo inteiro que pudesse substituir Paradjanov. Ele é culpado, culpado da sua singularidade. Todos nos somos culpados de não pensar nele diariamente e de falhar ao entender o significado de um mestre."
- Carta de Andréi Tarkovski dirigida ao Comité central do Partido Comunista da Ucrânia
Durante a sua reclusão, realizou uma grande quantidade de esculturas, desenhos e composições artísticas.
Mesmo depois da sua saída da prisão, continuou a ser vigiado e impedido de realizar filmes. Continuou assim a criar "colagens" extraordinariamente complexas , desenhos abstractos, e estranhos objectos artísticos.
Em 1982 foi novamente preso, sendo no entanto posto em liberdade pouco depois, devido à sua precária saúde.
Em 1984, quinze anos após o seu último filme "The Color of Pomegranates" (Sayat Nova), filmou "The Legend of Suram Fortress". Em 1988, realizou mais um filme, "Ashik Kerib", (dedicando-o a Andréi Tarkovski e "ás crianças de todo o mundo".
No final da sua vida, Paradjanov dedicou-se a um projecto que era demasiado monumental para o seu precário estado de saúde. Morreu de cancro aos 66 anos, deixando a sua última obra "The Confession", incompleta.
A sua particular visão não atraiu muitos seguidores. No entanto, existem realizadores, tais como Theo Angelopoulos e Bela Tarr, que compartem a sua visão sobre o cinema como um meio visual oposto ás ferramentas narrativas como a literatura.
Em Yereván, Arménia, situasse o museu Paradjanov.
Sites:
http://www.parajanov.com/main.htmlhttp://parajanovmuseum.am/
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