quinta-feira, 6 de novembro de 2014
domingo, 4 de maio de 2014
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
sexta-feira, 3 de maio de 2013
terça-feira, 26 de março de 2013
segunda-feira, 11 de março de 2013
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Carta Aberta
Caros inergúmenos
(somente referente a: 1. Pessoa
dominada pelo demónio. = POSSESSO )
Venho por este meio justificar a minha
falta ao agendado encontro devido a estar bastante mais preocupado em
esvaziar um copo de Vodka do que a assistir a uma verborreia
pseudo-política sobre a visita de um ser que eu particularmente até
admiro (somente por ter tantos detractores)...quando está a dormir.
Na verdade até me estou a cagar, mas é só para chatear.
Acredito em vós, mas somente na vossa
profundidade artística. Quando ás manifestações terráqueas
referentes a níveis políticos, religiosos e desportivos venho
mostrar a minha Náusea total sobre esses momentos.
Assim, estarei sempre dentro das vossas
vísceras, mas somente a níveis imateriais, hiperbóreos,
intestinais, paracleticos (sem referência ao Espírito Santo. Mas
gosto desta palavra) e dionisíacos.
"Ontem será outro dia...amanhã não sei."
Amen a todos e até uma próxima
sublevação espiritual.
p/c...ou mirne:
Não aceito, tal como Breton,
referencias contraditórias ás minhas enxaquecas pós-alcoólicas.
"Agora aticem-me os cães, mas
devagar pois a morte é breve e eu quero sofrer"
quarta-feira, 9 de maio de 2012
domingo, 1 de janeiro de 2012
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Camilo Pessanha - 2
Clépsidra
(Poesias)
Crepuscular
Há no ambiente um murmúrio de queixume,
De desejos de amor, d'ais comprimidos...
Uma ternura esparsa de balidos,
Sente-se esmorecer como um perfume.
As madre-silvas murcham nos silvados
E o aroma que exalam pelo espaço,
Tem delíquios de gozo e de cansaço,
Nervosos, femininos, delicados.
Sentem-se espasmos, agonias d'ave,
Inapreensíveis, mínimas, serenas,...
— Tenho entre as mãos as tuas mãos pequenas,
O meu olhar no teu olhar suave.
As tuas mãos tão brancas d'anemia...
Os teus olhos tão meigos de tristeza...
— é este enlanguescer da natureza,
Este vago sofrer do fim do dia.
(Voz débil que passas,...)
Voz débil que passas,
Que humílima gemes
Não sei que desgraças...
Dir-se-ia que pedes.
Dir-se-ia que tremes,
Unida às paredes,
Se vens às escuras,
Confia-me ao ouvido
Não sei que amarguras...
Suspiras ou falas?
Porque é o gemido,
O sopro que exalas?
Dir-se-ia que rezas.
Murmuras baixinho
Não sei que tristezas...
— Ser teu companheiro?
Não sei o caminho.
Eu sou estrangeiro.
— Passados amores? —
Animas-te, dizes
Não sei que terrores...
Fraquinha, deliras.
— Projectos felizes?
Suspiras, Expiras.
(Porque o melhor, enfim...)
Porque o melhor, enfim
É não ouvir nem ver...
Passarem sobre mim
E nada me doer!
— Sorrindo interiormente,
Co'as pálpebras cerradas,
Às águas da torrente
Já tão longe passadas. —
Rixas, tumultos, lutas,
Não me fazem dano...
Alheio às vãs labutas,
Às estações do ano.
Passar o Estio, o Outono,
A poda, a cava, e a redra,
E eu dormindo um sono
Debaixo duma pedra.
Melhor até se o acaso
O leito me reserva
No prado extenso e raso
Apenas sob a erva.
Que Abril copioso ensope...
E, esbelto, a intervalos
Fustigue-me o galope
De bandos de cavalos.
Ou no serrado mato,
A brigas tão propício,
Onde o viver ingrato
Dispõe ao sacrifício
Das vidas, mortes duras
Ruam pelas quebradas,
Com choques de armaduras
E tinidos de espadas...
Ou sob o piso, até,
Infame e vil da rua,
Onde a torva ralé
Irrompe, tumultuosa,
Se estorce, vocifera,
Selvagem nos conflitos,
Com ímpetos de fera
Nos olhos, saltos, gritos...
Roubos, assassinatos!
Horas jamais tranquilas,
Em brutos pugilatos
Fracturam-se as maxilas...
E eu sob a terra firme,
Compacta, recalcada,
Muito quietinho. A rir-me
De não me doer nada.
Poema Final
Ó cores virtuais que jazeis subterrâneas,
— Fulgurações azuis, vermelhos de hemoptise,
Represados clarões, cromáticas vesânias —,
No limbo onde esperais a luz que vos baptize,
As pálpebras cerrai, ansiosas não veleis.
Abortos que pendeis as frontes cor de cidra,
Tão graves de cismar, nos bocais dos museus,
E escutando o correr da água na clépsidra,
Vagamente sorris, resignados e ateus,
Cessai de cogitar, o abismo não sondeis.
Gemebundo arrulhar dos sonhos não sonhados,
Que toda a noite errais, doces almas penando,
E as asas lacerais na aresta dos telhados,
E o vento expirais em um queixume brando,
Adormecei. Não suspireis. Não respireis.
sábado, 24 de dezembro de 2011
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